Tasked-based Language Teaching: uma metodologia "hands-on"
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Fabiana Seidel
Mestre em TESOL, Anaheim University, California
Desde a década de 1970 discute-se amplamente métodos “comunicativos” para o ensino de línguas estrangeiras. Mas na prática, o que constitui um método comunicativo? Métodos comunicativos são aqueles que tratam a língua a partir de uma dimensão sociolinguística, levando em consideração aspectos funcionais da linguagem. O Communicative Language Teaching (CLT) vê a língua como um sistema para a expressão de significados, e não apenas um sistema de regras gramaticais abstratas. O CLT tem como objetivo o desenvolvimento de competências comunicativas dos alunos, ou seja, o conhecimento das formas da língua não é suficiente para uma comunicação efetiva em um outro idioma. Competências comunicativas vão além dos conhecimentos linguísticos em si, incluindo aspectos sociolinguísticos que permitem ao usuário saber “como dizer o quê, para quem, e quando”.
Métodos comunicativos são essencialmente “learner-centered”, o que significa que o foco é voltado ao aluno e as suas necessidades. Os métodos comunicativos pregam o uso de materiais autênticos, com propósitos bem definidos, e que ao mesmo tempo ofereçam ao aluno situações heterogêneas e imprevisíveis de comunicação. Neste contexto, o aluno poderá desenvolver habilidades e “manobras” comunicativas a fim de compreender e se fazer entender de forma bem-sucedida. Uma abordagem mais prática do CLT, ou “hands-on”, é o Task-based Language Teaching (TBLT), ou, em uma tradução livre, “o ensino da língua com base em tarefas”. Primeiramente, é importante diferenciar o sentido de tarefas ou “communicative/pedagogical tasks” (tarefas comunicativas/pedagógicas) para o ensino de línguas: uma tarefa comunicativa, assim como uma tarefa na vida real, prevê início, meio, fim, e possui um objetivo específico. Entretanto, uma pedagogical task é mais do que um exercício; é uma atividade que leva os alunos a compreenderem, manipularem, produzirem e interagirem em um outro idioma para a expressão de um significado e, consequentemente, para a realização da tarefa.
Por fazer uso de tarefas de cunho mais prático e relacionadas à vida real, o TBLT é considerado por pesquisadores como a versão mais forte dos métodos comunicativos, cuja essência é que o aluno aprenda a usar a língua. No TBLT, por sua vez, aprende-se a língua através do seu uso; ou seja, o inglês é a ferramenta utilizada para aprender sobre outros conteúdos e sobre o mundo. O TBLT permite que o aluno aprenda “fazendo” e que construa seu próprio conhecimento do idioma engajando-se nas tarefas propostas. Alguns exemplos práticos de atividades realizadas em uma “TBLT classroom”:
- ouvir a previsão do tempo e então decidir o que vestir;
- responder a um convite para um evento/responder um email;
- completar calendários e formulários;
- descrever uma foto de família;
- planejar uma viagem;
- projetos em geral.
Para que se complete uma task de forma eficaz, o aluno deverá usar suas habilidades receptivas (listening/reading) e produtivas/criativas (speaking/writing). Além destas habilidades linguísticas em si, uma série de processos cognitivos são ativados para a realização de uma task, como os de categorizar, classificar, diferenciar, ordenar, comparar, inferir, resolver problemas, dentre outros.
Na Go Ahead temos a premissa de que não existe um método que seja o melhor de todos; na verdade o que buscamos é sempre o melhor método para cada aluno, levando em consideração seu perfil, estilo de aprendizado e objetivos. Por ser de natureza mais prática, o Task-based Language Teaching proporciona vivências diferenciadas no idioma, tornando a experiência em sala de aula mais dinâmica, interessante e extremamente profícua, sendo uma das nossas metodologias preferenciais. Nós, da Go Ahead, usamos e recomendamos o TBLT!
References:
Ellis, R. (2003). Task-based language learning and teaching. Oxford: Oxford
University Press.
Ellis, R. (2012). Language teaching research & language pedagogy. Chichester, UK:
Wiley-Blackwell.
Larsen-Freeman, D., Anderson, M. (2011). Techniques & principles in language
teaching. Oxford: Oxford University Press.
Nunan, D. (1999). Second language teaching & learning. Boston: Heinle & Heinle.